Nesta quarta-feira (4), trabalhadores da Avibras Indústria Aeroespacial realizaram uma nova ocupação da fábrica em Jacareí, interior de São Paulo. O ato simbólico marcou os 1.000 dias da greve iniciada em 9 de setembro de 2022, e foi organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
A manifestação ocorreu das 9h às 12h, mas há possibilidade de uma nova ocupação por tempo indeterminado. O protesto denuncia a situação crítica enfrentada pelos funcionários da empresa, que estão há 26 meses sem receber salários, além do risco de fechamento da principal indústria bélica do país.
O Sindicato defende a homologação de um plano alternativo à recuperação judicial da Avibras, elaborado com participação dos trabalhadores e apresentado pela Brasil Crédito Gestão de Fundos. Esse plano prevê a destituição do atual controlador, João Brasil Carvalho Leite, e a nomeação de um interventor judicial, visando à retomada das atividades da empresa.
Antes de decidir sobre a homologação, o juiz Matheus Amstalden Valarini, da 2ª Vara Cível de Jacareí, solicitou que o Ministério Público, a administradora judicial e os credores da empresa se manifestem oficialmente. A solicitação de homologação partiu da Assembleia Geral de Credores realizada em 26 de maio.
A União, por meio da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional, apresentou no último dia 2 um requerimento exigindo que a Avibras entregue certidões negativas de débitos fiscais como condição para prosseguir com o plano. Caso contrário, o processo de recuperação judicial poderá ser suspenso, abrindo caminho para eventuais pedidos de falência.
Apesar de ser um dos principais credores da empresa, o governo federal ainda não adotou medidas efetivas para solucionar a crise ou garantir os salários dos trabalhadores. O Sindicato afirma que enviou diversos alertas ao governo Lula, mas não obteve retorno.
“Essa ocupação é um movimento histórico. Essa é uma empresa estratégica para a soberania do país, mas está sendo tratada com absoluto descaso. Os trabalhadores estão agindo não apenas em defesa dos seus salários e empregos, mas pela continuidade das atividades da fábrica e pela preservação da soberania nacional”, declarou o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Fonte: sindmetalsjc.org.br/
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