Os trabalhadores do setor administrativo da Embraer se manifestaram contra o fim do home office, anunciado pela empresa sem consulta prévia. Em assembleia realizada nesta quinta-feira (13), na unidade Faria Lima, em São José dos Campos, a categoria exigiu que qualquer mudança no modelo de trabalho seja debatida com os sindicatos antes de sua implementação.
A fabricante de aeronaves determinou o retorno 100% presencial a partir de 4 de agosto, o que gerou insatisfação entre os funcionários, especialmente aqueles contratados para o regime remoto e que residem longe das unidades da empresa. Além de contestar a decisão unilateral, os trabalhadores reivindicam que eventuais mudanças só entrem em vigor a partir de 2026, garantindo tempo para adaptação.
Durante a assembleia, também foi aprovada a mobilização da categoria e a solicitação de uma reunião com o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, para discutir o tema. O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Herbert Claros, criticou a postura da empresa. “O fim do home office impacta diretamente a vida dos trabalhadores e de suas famílias. A Embraer tomou essa decisão sem diálogo e sem oferecer alternativas para os funcionários. Vamos seguir mobilizados para garantir a negociação”, afirmou.
A mudança também trará impactos financeiros para os empregados. Com a obrigatoriedade do trabalho presencial, a empresa deixará de pagar a ajuda de custo para o home office e cortará o vale-refeição nas unidades que possuem refeitório interno. A medida afetará cerca de 5 mil trabalhadores na região.
A Embraer, que registrou um faturamento recorde de R$ 35,4 bilhões em 2024 – um crescimento de 36% em relação ao ano anterior –, implementou o home office para funcionários administrativos e de engenharia desde março de 2020, em resposta à pandemia de covid-19. Para os trabalhadores, o modelo remoto contribuiu para a alta produtividade e os lucros da empresa, tornando injustificável a mudança repentina.
O Sindicato dos Metalúrgicos já havia solicitado uma reunião com a Embraer em fevereiro para tratar do tema, mas o pedido não foi atendido. Agora, os funcionários seguem mobilizados para pressionar a empresa por uma negociação justa e transparente.
Fonte: sindmetalsjc.org.br/
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