Tartaruga resgatada com anzóis é devolvida ao mar após dois meses de tratamento em Ubatuba

Após dois meses de reabilitação no Projeto Tamar, uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) foi devolvida ao mar nesta sexta-feira (7), em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo. A soltura reuniu dezenas de pessoas que celebraram o retorno do animal à natureza.

O animal foi encontrado encalhado na Praia do Itaguá, em dezembro de 2024, com dois anzóis presos ao corpo, linhas enroscadas nas nadadeiras e sinais de afogamento. Foram necessários 69 dias de tratamento até que a tartaruga estivesse totalmente recuperada e apta a voltar ao oceano.

A importância da reabilitação

Segundo Henrique Becker, biólogo e ambientalista do Projeto Tamar, a tartaruga solta ainda é jovem e pode levar entre 25 e 30 anos para atingir a fase adulta.

A espécie é a mais comum na costa do Litoral Norte de São Paulo devido às características da região. “Elas se alimentam de algas e preferem águas rasas com costões rochosos, o que faz desse litoral um habitat ideal”, explica o especialista.

No entanto, essa proximidade com áreas urbanas torna as tartarugas mais vulneráveis à poluição e à captura acidental. O Projeto Tamar trabalha com a conscientização de pescadores, mas casos como esse ainda ocorrem quando anzóis são deixados no mar.

Monitoramento e resgate de tartarugas marinhas

O resgate, tratamento e soltura da tartaruga fazem parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), conduzido pelo Ibama e executado pela Petrobras como parte do licenciamento ambiental federal para exploração de petróleo e gás.

O programa monitora os impactos dessas atividades sobre aves, tartarugas e mamíferos marinhos, oferecendo atendimento veterinário e realizando necropsias de animais encontrados mortos.

No Litoral Norte, o Instituto Argonauta é responsável pelo resgate de animais marinhos. Em caso de necessidade, é possível acionar a equipe pelo telefone 0800 642 3341.

Em 2024, o Projeto Tamar atendeu 108 tartarugas marinhas. Embora nem todas consigam ser reabilitadas, cada soltura representa uma vitória para a preservação da espécie.

Fonte:  g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/

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Marcelo Rodrigues

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