Uma ação da Prefeitura de São Sebastião na manhã desta quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, gerou polêmica e mobilização popular na praia de Toque Toque Pequeno, uma das mais preservadas do município. O episódio envolveu a entrada de tratores e caminhões na faixa de areia para a abertura da vazão do rio para o mar — o que provocou reação imediata de moradores e ambientalistas locais.
De acordo com os relatos, os moradores se posicionaram fisicamente para impedir a movimentação dos veículos, alegando riscos ambientais à fauna e flora costeiras. Eles defendem que o serviço poderia ser realizado manualmente, com uso de enxadas, como forma de minimizar o impacto ambiental.
Conflito com a Polícia Militar
Durante o impasse, a Prefeitura acionou a Polícia Militar, e a presença dos agentes gerou ainda mais tensão. Testemunhas afirmam que houve tentativa de retirada forçada de manifestantes da faixa de areia e que uma senhora de 74 anos quase foi derrubada ao tentar filmar o maquinário iniciando os trabalhos. O episódio foi registrado em vídeo pelos moradores.
A ação teria acontecido mesmo após uma ligação de 52 minutos entre os manifestantes e o prefeito Reinaldinho, na qual, segundo os relatos, o chefe do Executivo teria prometido interromper a intervenção.
Resposta da Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de São Sebastião afirmou que a operação teve respaldo técnico ambiental. Segundo a gestão municipal, a medida visava garantir o escoamento da água do rio para o mar, ação considerada necessária para evitar alagamentos e garantir a saúde pública.
A administração também justificou que, desde que a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) delegou às prefeituras a responsabilidade por parte do Licenciamento Ambiental, essas decisões passaram a ser tomadas localmente, o que levanta questionamentos sobre a qualificação técnica e a fiscalização dos procedimentos adotados.
Legislação e preocupações ambientais
Ambientalistas locais e parte da comunidade citam a Lei Federal nº 9.605/98, que trata das sanções penais e administrativas para atividades lesivas ao meio ambiente, e pedem apuração rigorosa do caso. Eles alegam que o uso de maquinário pesado em áreas sensíveis como praias pode configurar crime ambiental, caso não haja devida autorização e critérios técnicos respeitados.
O caso segue repercutindo entre autoridades, entidades ambientais e moradores. A comunidade de Toque Toque Pequeno pede mais diálogo e transparência em ações que envolvem áreas de proteção e impacto ecológico.
Fonte: tamoiosnews.com.br/
Foto: Reprodução / tamoiosnews.com.br
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