O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ingressou com uma ação civil pública para anular os decretos da Prefeitura de Ilhabela que estabeleceram aumentos expressivos nas tarifas do transporte público municipal e do Aquabus. O reajuste, em vigor desde 1º de janeiro, elevou em 900% o valor da passagem do transporte aquaviário para não residentes e dobrou o preço da tarifa de ônibus.
Reajuste e impacto na mobilidade
O aumento afetou principalmente os visitantes e turistas, já que o valor da passagem do Aquabus para quem não possui o cartão eletrônico recarregável subiu de R$ 5 para R$ 50. No caso dos ônibus municipais, a tarifa passou de R$ 5 para R$ 10. Para moradores cadastrados no sistema de bilhetagem eletrônica, o valor permaneceu R$ 2,10.
O promotor Raul Agripino dos Santos Pinto argumenta que os decretos foram editados sem audiência pública prévia, sem apresentação de planilhas detalhadas de custo e sem um estudo técnico que justificasse os aumentos aplicados. Ele ressalta que o reajuste pode prejudicar a mobilidade urbana, incentivando o uso de veículos particulares e agravando o congestionamento na cidade, especialmente na alta temporada.
Ministério Público pede suspensão dos decretos
Além de questionar o aumento das tarifas, a ação do MP-SP também busca derrubar a exigência de comprovante de residência para a obtenção do Bilhete Eletrônico Recarregável. O inquérito que originou a ação já havia sido instaurado no início de fevereiro para apurar um possível abuso nos reajustes, bem como avaliar a qualidade do serviço prestado e a cobertura das linhas de ônibus.
Em resposta, a Prefeitura de Ilhabela declarou que “desconhece qualquer ação civil pública do Ministério Público para barrar o aumento no preço da passagem do transporte público coletivo na cidade”.
Aquabus: operação e justificativa da Prefeitura
O Aquabus começou a operar em maio do ano passado como uma alternativa de transporte aquaviário, com embarques a cada 40 minutos entre os píeres do Perequê, Engenho D’Água e Vila (Centro Histórico). A embarcação tem capacidade para 60 passageiros sentados e conta com ar-condicionado, GPS e acessibilidade para pessoas com deficiência.
Na época do reajuste, a Prefeitura alegou que a tarifa de R$ 5 estava em caráter experimental desde o início da operação e que o novo valor reflete o custo real do serviço.
A decisão da Justiça sobre a ação do MP-SP ainda é aguardada.
Fonte: g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/
MATERIAS RELACIONADAS
Prefeitura de Cruzeiro lança projeto Cruzeiro Conecta para fortalecer negócios locais
Centro poliesportivo do Bosque dos Eucaliptos reabre com estrutura moderna em São José dos Campos
João Gordo apresenta Brutal Brega no Cine Rock em São José dos Campos