Fraude no INSS causa prejuízo de R$ 6,3 bilhões e preocupa aposentados do Vale do Paraíba

Uma operação da Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um grave esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com impacto direto sobre aposentados e pensionistas em todo o país. A investigação estima que cerca de R$ 6,3 bilhões foram desviados entre 2019 e 2024.

O escândalo resultou na demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e no afastamento de outros cinco servidores de cargos de liderança. Segundo a PF, o esquema envolvia descontos indevidos nos benefícios, feitos sem autorização dos aposentados, por meio de convênios firmados entre entidades e o INSS.

Esses Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) movimentavam pequenos valores mensalmente, mas somados, representavam milhões de reais desviados a cada mês. Em 2022, alterações aprovadas pelo Congresso acabaram facilitando o golpe, eliminando exigências de recadastramento que poderiam ter barrado a fraude.

No Vale do Paraíba, entidades sérias manifestam preocupação

Com a revelação do esquema, o governo federal anunciou a suspensão dos repasses financeiros para todas as entidades conveniadas. A medida, embora necessária para estancar as irregularidades, acende o alerta em organizações legítimas da região do Vale do Paraíba.

A Associação Democrática dos Aposentados e Pensionistas do Vale do Paraíba (Admap), filiada à CSP-Conlutas, declarou apoio às investigações e exigiu a devolução integral dos valores desviados. Segundo Josias de Oliveira Melo, presidente da Admap, é fundamental que as entidades sérias não sejam prejudicadas.

“Alertamos o governo sobre essas práticas e esperamos uma separação rápida entre entidades honestas e as fraudulentas. Os aposentados e pensionistas precisam ter seus direitos respeitados e seus valores restituídos”, afirmou Melo.

Com 26 anos de história, a Admap atua de forma transparente na defesa dos aposentados e pensionistas, oferecendo atividades culturais e de lazer. A associação usa o desconto em folha como meio legítimo de financiamento, sem adotar práticas irregulares.

Fonte: sindmetalsjc.org.br/

Foto: José Cruz/Agência Brasil

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Marcelo Rodrigues

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