Avibras realiza nova tentativa de assembleia com credores nesta quinta (10)

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Foto: Reprodução/TV Vanguarda

A Avibras, maior indústria bélica do país, com sede em Jacareí (SP), realiza nesta quinta-feira (10), às 12h, a terceira tentativa de assembleia com seus credores. A reunião ocorre após duas suspensões ocorridas em março, em meio às negociações para venda da empresa e à continuidade do processo de recuperação judicial.

A assembleia é considerada decisiva para o futuro da empresa, que enfrenta uma crise financeira desde 2022, quando pediu recuperação judicial com uma dívida estimada em R$ 600 milhões. Desde então, negociações para venda a investidores da Austrália, Brasil e China fracassaram. A expectativa agora gira em torno da Black Storm Military Industries, empresa da Arábia Saudita com a qual a Avibras afirma manter tratativas “avançadas”.

A última suspensão da assembleia, em 18 de março, foi justificada pela própria companhia como uma tentativa de ganhar tempo para concluir a negociação com os sauditas até o fim de abril. Na ocasião, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos criticou a falta de transparência da empresa nas tratativas. “Só fomos envolvidos em uma das três tentativas de venda, e mesmo assim o nome do grupo foi mantido em sigilo. Não há confiança na Avibras”, disse o presidente do sindicato, Weller Gonçalves.

Penhora de ações

Em meio à crise, a Justiça determinou a penhora das ações da Avibras pertencentes à empresa Rocket Bridge, controlada por João Brasil Carvalho Leite, diretor-presidente da Avibras. A decisão, da 37ª Vara Cível de São Paulo, atendeu a um pedido do Fundo de Investimentos Brasil Crédito, que cobra uma dívida de R$ 187 milhões.

Segundo a empresa, a medida judicial não compromete as negociações com o investidor saudita, e a Avibras pretende recorrer da decisão.

Crise se arrasta desde 2022

A crise da Avibras se intensificou a partir de março de 2022, quando entrou com pedido de recuperação judicial. Em setembro do mesmo ano, os trabalhadores entraram em greve devido aos atrasos salariais — uma paralisação que se estende até hoje. Em julho de 2023, o plano de recuperação foi aprovado.

A empresa chegou a anunciar em abril de 2024 uma negociação com a australiana Defendtex, que acabou desistindo da compra em junho. O mesmo aconteceu com um grupo de investidores brasileiros, que comunicou a desistência em dezembro do mesmo ano, alegando descumprimento de cláusulas contratuais por parte da Avibras.

De lá para cá, a dívida acumulada durante o processo de recuperação judicial já ultrapassa os R$ 320 milhões, segundo o sindicato. A companhia, que chegou a ter 1,4 mil funcionários, conta atualmente com 919 trabalhadores.

Histórico da empresa

Fundada em 1961 por engenheiros do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a Avibras é referência em tecnologia para o setor aeroespacial e de defesa, desenvolvendo foguetes, veículos militares e sistemas de propulsão. A empresa atua no mercado nacional e internacional e já foi considerada estratégica para as Forças Armadas brasileiras.

Fonte: g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/

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