Após dois dias de greve, metalúrgicos da Aernnova conquistam PLR maior, estabilidade e abono dos dias parados

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Foto: Roosevelt Cássio

Trabalhadores de São José dos Campos receberão R$ 6 mil em PLR; mobilização também garantiu estabilidade no emprego e avanço em negociações sobre vale-alimentação

Os metalúrgicos da Aernnova, empresa do setor aeronáutico localizada na zona sul de São José dos Campos, aprovaram em assembleia nesta quinta-feira (29) uma proposta que garante Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de R$ 6 mil, além de 120 dias de estabilidade no emprego e abono integral dos dias de greve.

A mobilização foi resultado de uma greve de dois dias, iniciada na última terça-feira (27), após a empresa apresentar uma proposta considerada insatisfatória pelos trabalhadores. O impasse foi superado com uma negociação conduzida pelo Sindicato dos Metalúrgicos, ocorrida na quarta-feira (28), que resultou no novo acordo.

Detalhamento da PLR

O valor da PLR, que será pago em duas parcelas, representa um aumento de 26% em relação ao ano anterior. A empresa, que tem sede na Espanha e é uma das principais fornecedoras da Embraer, havia antecipado R$ 3 mil do benefício no dia 23, mesmo após a rejeição do valor em assembleia.

Com o acordo final, os trabalhadores receberão:

  • R$ 400 adicionais na primeira parcela (pagamento em julho);

  • R$ 600 adicionais na segunda parcela (prevista para fevereiro de 2026, condicionada a metas).

Estabilidade e negociações futuras

Além da PLR, os funcionários garantiram estabilidade de quatro meses no emprego e o abono dos dois dias de paralisação para todos os turnos.

Outro avanço importante foi o compromisso da empresa em discutir a substituição da cesta básica por vale-alimentação. Um calendário mensal de negociações será estabelecido, com término previsto para setembro. A representação dos trabalhadores será feita por uma comissão eleita entre os próprios metalúrgicos, junto ao Sindicato.

Histórico de embates

A relação entre Aernnova e os trabalhadores é marcada por anos de resistência da empresa em negociar benefícios coletivos. Desde 2007, quando houve a primeira greve que garantiu o direito à cesta básica, a postura da companhia tem sido considerada intransigente pelo Sindicato.

“O movimento grevista foi essencial para garantir esse avanço. A empresa só aceitou negociar após a produção ser paralisada. A luta dos trabalhadores mostrou que a organização é o caminho para conquistar direitos reais”, afirmou o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

Já o diretor José Eduardo Gabriel (Bob) destacou a força da mobilização: “Mesmo diante de pressão e ameaças, os metalúrgicos da Aernnova mantiveram a greve. Essa união foi fundamental para conquistar uma PLR mais justa e garantir emprego por pelo menos quatro meses”.

Fonte: sindmetalsjc.org.br/

Foto: Roosevelt Cássio

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